quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Crise do Segundo Reinado



A questão militar
Os militares faziam críticas à monarquia, muitos deles tornaram-se republicanos, abolicionistas e consideravam o Império atrasado. Depois da guerra do Paraguai, o Exército quis participar da política e era reprimido pela monarquia. Essas repressões associadas às mudanças no Exército levaram os militares a associarem aos republicanos e desfecharem o golpe. Dentre essa questão militar, tivemos dois episódios:
a) Caso Sena Madureira (1883): Aconteceu quando Madureira se opôs a um projeto de lei. Recebeu um abolicionista na escola de Tiro. Sena Madureira era um tenente-coronel.
Francisco Nascimento: Também conhecido como “Dragão do Mar”, era um cearense responsável pelo movimento abolicionista do Ceará.
 

b) Caso Cunha Matos: Ele era coronel. Tem relação com a manifestação política de militares na imprensa, que era proibido. Publicou artigos na imprensa defendendo a abolição da escravatura.
Estes são militares que fizeram manifestações públicas e foram reprimidos pelo governo. Isso cria no Exército um sentimento de corpo, a instituição se viu ferida pelas punições dadas aos militares citados e tornou-se golpista. Se analisar sobre o coronel Cunha Matos, ele utilizou um jornal republicano para se defender de uma acusação, isso era algo também proibido pelo governo, tanto a proximidade com o republicanismo quanto os discursos políticos.
 

A questão religiosa
No começo do Império, foi feita uma constituição. Nela, entre outras coisas, dizia que as bulas papais, ou seja, as ordens da igreja só valiam se o monarca aprovasse. Porém ocorreu da Bula Syllabus, que foi uma ordem que proibia a Maçonaria no Brasil. A importância dessa bula, é que demonstra que Pedro II estava sem controle da instituição igreja que fazia parte do Estado.
D. Vital Gonçalves de Oliveira e D. Antônio Macedo Costa: Responsável pela bula Syllabus.
  (D. Vital Gonçalves de Oliveira).
(D. Antônio Macedo Costa).

A constituição de 1824 criava um vínculo particular entre Igreja e Estado. Ao imperador, por exemplo, era facultado o direito ao padroado (prerrogativa (ato) de preencher os cargos eclesiásticos mais importantes) e ao beneplácito (aprovação das ordens e bulas papais para que fossem cumpridas, ou não, em território nacional).
Bula: A bula papal "Syllabus" (1864) e o Concílio Vaticano 1° (1869-1870) consagraram a doutrina do ultramantonismo, defendida pelo papa Pio 9º. Em linhas gerais, essa doutrina postulava a infalibilidade do papa e combatia as idéias e instituições que defendiam a secularização e o anticlericalismo. Esse era o caso, por exemplo, da Maçonaria. Contudo, no caso brasileiro, havia inúmeros clérigos maçons.


A questão da abolição
Castro Alves foi um poeta brasileiro. Escreveu vários poemas sobre os negros do Brasil.

A abolição não era uma ideia que veio somente no fim do império. Foi algo que foi acumulando durante o Segundo Reinado. Basicamente, a mão de obra escrava, foi deixada de ser usada quando o café passou a ser produzido em São Paulo. Aqui era usada mão de obra livre. Então a Lei Áurea foi assinada somente no fim do Império como um modo de Pedro II conseguir um pouco de apoio político. Lei Áurea foi à lei que acabou com a escravidão no Brasil.
Tratado de 1810 ou Tratado do Comércio: Foi um acordo comercial assinado por D. João VI, depois da Abertura dos Portos em 1808. Agora as nações amigas de Portugal iriam poder comercializar com o Brasil, então o tratado de 1810 define os impostos que os produtos pagariam. Todos os países pagariam em torno de 24% de imposto, menos a Inglaterra, que pagaria 17%, se beneficiando com isso e se tornando a principal "parceira" comercial com o Brasil.


O fim do tráfico
O fim do tráfico começou com uma Lei inglesa chamada de Bill Aberdeen. Como o Brasil estava se industrializando durante o Segundo Reinado, fez um imposto chamado de Tarifa Alves Branco, subindo o imposto sobre os produtos de fora, inclusive os da Inglaterra. A Inglaterra, que tinha privilégios, não gostou disso, então, em represália, fez a Lei Bill Aberdeen, que tornava ilegal o tráfico de escravos da África, sendo q o Brasil era um dos principais destinos destes africanos. Então, o escravo já se tornou mais caro aqui. Em 1850, os brasileiros fazem a Lei Eusébio de Queiroz, que torna ilegal o tráfico de escravos - agora o próprio governo brasileiro torna a atividade ilegal. Desta forma, o tráfico de escravos foi abolido.
Consequências da abolição do tráfico
1. Trazer imigrantes para substituir os escravos.
2. Trazer escravos do Nordeste - que estão sobrando e o açúcar não é mais o centro - para o Sudeste - que precisa de escravos para o café. Isto nós chamamos de tráfico interno.
3. Os escravos custavam caro. Agora não é mais permitido comprar escravos. O dinheiro usado para comprar escravos sobra, gerando um mercado interno. Empresas produzem para abastecer este mercado, como consequencia, temos um surto industrial.
A Campanha Abolicionista
A campanha abolicionista foi feita por intelectuais. Maçons e membros do exército para acabar com a escravidão no Brasil e o fim da escravidão foram paulatinos, levou quase 50 anos entre as primeiras leis - Bill Aberdeen e Eusébio de Queiróz - até a Lei Áurea. Entre elas, tivemos algumas leis que acabaram com a escravidão sem acabar, por exemplo, a Lei do Sexagenário ou a Lei do Ventre Livre. Finda a escravidão, o clima no Brasil era de insatisfação, pois os senhores perderam seus escravos - seus bens - e não ganharam indenização por isso, ficando insatisfeitos com o governo.
“Voluntários da Pátria”: Os brasileiros que se alistaram no exército para lutar na Guerra do Paraguai.
Leis Abolicionistas

1. Lei Ventre Livre: Liberta os filhos de escravos, que são considerados livres.
 

2. Lei dos Sexagenários ou Saraiva Cotegipe: Liberta os escravos acima de 60 anos (detalhe, poucos escravos chegavam a esta idade).

3. Lei Áurea: Foi à lei assinada pela Princesa Isabel, que acabou com a escravidão no Brasil.
 

Visconde do Rio Branco: Foi o chefe do conselho de ministros, que conseguiu fazer o Ministério da Conciliação, entre Liberais e Conservadores.
A Imigração
Este é um processo que acontece no Brasil desde o Primeiro Reinado. Mas durante o Segundo Reinado o negócio toma fôlego, pois o Brasil tinha interesse em "branquear" a população, ou seja, aumentar o numero de brancos em relação aos escravos e também, tem o que faz o governo e alguns particulares incentivarem a imigração, principalmente de europeus!
A questão chinesa
A questão chinesa refere-se à vinda ou não de imigrantes chineses para o Brasil na segunda metade do século XIX. Havia os que defendiam a vinda destes, porém outros afirmavam que eles poderiam inferiorizar a nossa raça, por considerá-los inferiores. Portanto, não defendiam a vinda destes.
A imigração européia
Os imigrantes vieram para o Brasil devido a guerras que ocorriam em seus países, desemprego, miséria e viam a oportunidade de fazer a vida na América. No entanto, eram submetidos a trabalhos forçados, recebendo tratamento semelhante aos escravos africanos. Endividavam-se com os patrões e não podiam retornar para sua pátria.
O pioneirismo de Vergueiro
O senador Vergueiro, proprietário rural na região de Limeira, trouxe os primeiros imigrantes europeus para sua fazenda Ibicaba. O senador financiou a viagem dos colonos e emprestou-lhes dinheiro para a manutenção primeiro ano. Isso não deu certo, pois os colonos se endividaram. Trabalhavam como escravos para ele.
Thomaz Davatz: Era um colono alemão. Ele escreveu o livro chamado “Memórias de um colono no Brasil”. O assunto era a escravidão. Afirmava que restava apenas "um passo" para que houvesse castigos corporais contra os imigrantes no Brasil. Isso refletiu na Europa, causando uma imagem negativa do Brasil.
 

O papel do Governo
Para suprir as necessidades dos fazendeiros, que careciam de mão de obra devido à decadência da escravidão, o governo da província de SP passou a subvencionar a vinda de imigrantes.


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